Formação dos psicólogos no Estado da Bahia: velhos ou novos paradigmas no campo da discussão étnico-racial?

Este estudo qualitativo, exploratório e descritivo investigou a formação étnico-racial nos cursos de psicologia das universidades públicas do Estado da Bahia, Brasil. Configurou-se, portanto, como um estudo documental, uma vez que foi desenvolvido a partir da análise de 324 ementas de disciplinas obrigatórias de 06 cursos de psicologia ofertados na Bahia. Nesta análise foram identificadas 14 ementas que tiveram seus textos submetidos ao tratamento no software Iramuteq, o que possibilitou a construção da nuvem de palavras e da análise de similitude. Os resultados apontaram que a Universidade Federal do Sudoeste da Bahia possui o maior número de disciplinas com a discussão sobre raça no curso de Psicologia. Em geral, a psicologia social e da saúde mental tiveram maior número de disciplinas sobre questões raciais, com ênfase no processo de cuidado. Ficou evidente que apesar de algumas ementas possibilitarem a discussão da temática étnico-racial de forma decolonial, ainda existem currículos que fortemente possuem uma ascendência colonial na produção de conhecimento, sobretudo utilizando apenas referências norte-americanas e europeias. Identificamos que, atualmente, são incipientes as disciplinas que contemplam discussões étnico-raciais capazes de contribuir no combate à discriminação e ao racismo na formação em psicologia.